Como Ensinar Matemática nas séries iniciais de forma assertiva e com qualidade.

Antes de começar a falar sobre o Ensino da Matemática tenho que te fazer uma pergunta.

Você sabia que para ensinar matemática é preciso respeitar uma hierarquia?

Exatamente, existe uma hierarquia no ensino da matemática e essa hierarquia deve ser respeitada para que o processo de aprendizagem ocorra de forma gradual, respeitando as fases de desenvolvimento e sem pular etapas que poderão acarretar dificuldades posteriores. A base deve estar bem desenvolvida, iniciando sua estimulação desde a Educação Infantil.

O ensino da matemática está muito além de procedimentos automáticos, mecânicos, sem contextualização e sem sentido para a criança.

É preciso ter consciência das habilidades necessárias ao ensino de matemática. Vou deixar 3 aqui para você começar a colocar em prática hoje mesmo.

1 - O letramento matemático

Falamos muito em alfabetização e letramento, mas o letramento matemático muitas vezes é esquecido pela falta de conhecimento de muitos docentes.

O letramento matemático nada mais é do que o uso social dos números. Os números estão presentes diariamente em nossa vida seja através do dinheiro, sistema de medidas, datas, representação de quantidades, entre outros.

A criança precisa ter consciência que vive em um mundo cercado por números, e saber a importância de usá-los de maneira adequada a cada contexto.

2 - Senso numérico

É a facilidade que a pessoa tem de usar, entender e interpretar os números.

É uma habilidade que permite que a criança por exemplo perceba erros grotescos em determinados problemas matemáticos por exemplo. Quando dizemos que Maria comprou um lápis que custava 100 reais a criança se dará conta que tem algo errado. É impossível um lápis custar 100 reais.

Trabalhar com estimativas em situações do dia a dia pode ajudar a desenvolver essa habilidade de forma gradativa.

Procure sempre trabalhar com dados reais.

3 - Princípios de contagem

São 5 os princípios de contagem. Essa é uma das principais habilidades, pois está presente

em todos os cálculos e situações matemáticas.

• Correspondência termo a termo – Parte do princípio de que cada objeto só pode ser contado uma vez. Dessa forma desenvolva atividades que envolvam contagem de objetos concretos, onde a criança pode ir contando e separando um por vez. Na contagem de imagens em folhinhas pode pedir para que risque cada imagem conforme for contando para que não se perca no raciocínio.

• Ordem estável – Independente do que se esteja contando, seja borrachas, bolas ou balas, a forma de contar é sempre a mesma. Existe uma sequência que deve sempre ser respeitada. É um sistema regular. Ensine a criança a contar “a partir de” (a partir de 6 ou a partir do 15, por exemplo) assim facilitará muito o processo na realização de cálculos, pois perceberá que a sequência é sempre a mesma.

• Cardinalidade – A criança precisa ter consciência de que ao realizar a contagem de um determinado grupo de elementos o último número falado indica o seu total. Assim quando colocar objetos enfileirados e pedir para que conte e diga o total, ela o fará imediatamente após contar o último objeto. Também será capaz de perceber que não é necessário voltar para o início da contagem ao acrescentar ou retirar um objeto, pois iniciará seu raciocínio através da quantidade encontrada anteriormente.

• Irrelevância da ordem – Independente da direção que se conte, a ordem da contagem sempre será a mesma. Para desenvolver esse princípio questione sempre a criança, fazendo-a perceber que independente da direção (da esquerda para a direita, de cima para baixo ou vice-versa) a quantidade será a mesma.

• Abstração – Esse princípio se desenvolve um pouco mais tarde por exigir mais abstração como o próprio nome já diz. Nessa fase a criança já se dará conta de que qualquer objeto pode ser contado, mesmo que sejam de natureza diferente. Em um jogo de varetas será capaz de atribuir uma pontuação diferente para cada cor ou simplesmente transformar a pontuação de um dado em casas a serem avançadas em um jogo de trilha.

Desenvolver atividades que estimulem essas habilidades é fundamental para construir uma base matemática de qualidade. Se ao longo de suas atividades perceber que a criança está com alguma dificuldade, volte as habilidades principais. Só assim ela conseguirá avançar em seu processo.

Aprendeu com o que leu até aqui?

Se quiser aprofundar seus estudos, conheça o MAP – Matemática na Prática.

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Beijinho!

Ana Costa